Langevin anunciou uma “experiência de pensamento" onde dois gêmeos se separam num dado instante, iniciando um deles uma viagem numa nave que se desloca a uma velocidade próxima da velocidade da luz ate uma estrela distante, regressando logo em seguida para Terra. Ao encontrar-se com o seu gêmeo que ficou na Terra acabaria por verificar que este se encontraria muito mais “velho” isto significando, portanto, que o tempo “anda” mais lentamente para o gêmeo viajante.
Para a maioria dos físicos a questão acima não é de modo algum um “paradoxo” e nem seria necessário “invocar” a teoria da relatividade generalizada (TRG) para resolvê-lo, visto se tratar de uma experiência de pensamento.
O paradoxo se estabelece porque sendo o movimento um conceito relativo e tomando como base o princípio da relatividade que estabelece que não exista uma experiência no Universo capaz de identificar um referencial privilegiado, ou seja, existiria uma equivalência perfeita entre repouso e movimento, qualquer um dos gêmeos poderia admitir que estivesse em repouso no seu referencial, mesmo que o movimento relativo apresentasse variações, acelerações, seriam equivalentes para ambos os pontos de vista.
Sendo assim, como o resultado pode apontar uma diferença de idades (assimetria)?
Alguns argumentam que na verdade existe uma assimetria entre os dois gêmeos, pois um deles poderá ser considerado inercial, no caso o que ficou na Terra, mas o viajante que vai e volta, sofre em algum lugar no seu trajeto uma aceleração para poder inverter o sentido da viagem e voltar para a Terra. Só assim os dois gêmeos poderão voltar a se cruzar depois de terem se separado.
Mas esta última solução contraria diretamente o próprio princípio da relatividade que garante a “perfeita” equivalência repouso-movimento, pois permitiria identificar pela própria “diferença de idade” um referencial privilegiado, tanto faz qual dos dois seria considerado privilegiado, mas o fato é que existiria uma diferença que indicaria um movimento real de um deles, contrariando dessa forma a própria suposição que gerou toda a teoria!
Pelo principio da equivalência, não se pode afirmar que é a nave ou a Terra que “realmente” se move, aliás, não faz nem sentido a palavra “realmente”, posto que para a TRR nada é realmente, tudo é relativo!